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Após superar a etapa competitiva, o aluno descobre que o curso não era bem aquilo e abandona, deixando uma vaga que poderia ser ocupada por alguém que tivesse 'verve' para aquilo."

 

Qualidade do setor acadêmico

Título original: Regulamentação
Mensagem original enviada em: 14 dezembro 1999

Se vivêssemos num mundo perfeito:

As faculdades ofereciam uma demanda de vagas suficiente para atender o mercado.
As faculdades teriam uma grade visando o mercado de trabalho, e não uma grade de formação acadêmica (seis por meia dúzia: ensinariam algo de útil para o mercado de trabalho!).
As faculdades teriam infra-estrutura completa para desenvolvimento do profissional, corpo docente com experiência de mercado e não alguém que passou dez anos trancado numa sala de aula fazendo mestrado.
As faculdades perceberiam que a média de idade de começar a trabalhar no Brasil é de 16 anos, então poderia concluir que boa parcela dos seus alunos trabalham, seja para pagar seus estudos, seja para complementar a mesada ou seja apenas para estarem inclusos no mercado. Então, ela não desenvolveria atividades nos períodos diurnos, já que meio-período em empresas já morreu.
As faculdades deveriam dar suporte aos recém-formados, levantando informações diretas do mercado, para orientar o aluno a montar a sua empresa, e/ou escolher seu segmento de atuação e mercado.

É óbvio que algumas faculdades (uma ou duas) no Brasil conseguem oferecer (uma ou duas) coisas citadas acima... Mas de forma geral, as faculdades têm um modelo falho e desatualizado.

Começa com o vestibular, que vejo apenas com um método cruel para resolver a deficiência da educação no Brasil... Falho porque após superar esta etapa competitiva, o aluno descobre que o curso não era bem aquilo e abandona, deixando uma vaga que poderia ser ocupada por alguém que tivesse 'verve' para aquilo.

E os que formam, muitos saem da faculdade com a pergunta: — "E agora?" São formados, mas já obsoletos. Se não correr por fora da faculdade, correm o risco de ficarem a prestar concursos do Banco do Brasil, como mamãe queria...

Para provocar, vou citar uma pixação que li, numa parede no Setor Universitário de Goiânia: "Diploma não encurta a orelha".

Irapuan Martinez

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