"
|
A liberdade
pode tornar-se em prisão, quando negamos os conhecimentos
aplicados por gerações na obtenção
de resultados satisfatórios."
|
|
|
Malha construtiva
Assunto original:
Malha construtiva - segundo Morgado
Enviado: 12 agosto
2003
|
|
Bem. Sabemos do medo que todo adepto do liberalismo visual
tem a respeito de "regras", e isto acaba culminando
em verdadeiro pavor de coisas do tipo chaves, normógrafos,
pantógrafos, grids e outros meios de se chegar
a um objetivo com maior rapidez, ou de, ao menos, iniciar
o percurso a estes objetivos. É isto o que também
é a malha construtiva (que, aliás não
conhecia com este termo), um meio de iniciar um trabalho,
o sustentáculo de uma construção visual,
ou seja, o esqueleto do projeto.
Quase tudo que nos rodeia possui um esqueleto, uma estrutura
de sustentação. Desde os primórdios da
arte e também da comunicação, visto que
um nasceu através do outro, já se usava uma
estrutura de sustentação da forma. O boneco
palito, por exemplo é o precursor do esboço
da figura humana e apenas os bem treinados desenhistas se
arriscam a desenhar a figura humana sem os esboços.
Assim também é na comunicação
através do design. Sem a forma básica, que delimita
a área de trabalho, é muito difícil se
conseguir um design coeso.
As grades não limitam o trabalho de criação,
ela lhe dá estrutura. Algumas formas de arte aparentemente
desorganizadas, mas agradáveis ao olhar, como é
o caso da pintura abstrata, possuem um intrincado sistema
de proporções que lhe garante a unidade da forma,
que lhe define o todo.
Me respondam: Como transpor os limites se não pudermos
visualizá-los?
A liberdade pode tornar-se em prisão, quando negamos
os conhecimentos aplicados por gerações na obtenção
de resultados satisfatórios. Ou seja, toda experiência
que se adquire em trabalhos repetitivos, torna-se técnica.
Cada um tem as suas para chegar a diferentes lugares, e algumas
chegaram já ao estado de commodities.
Porque andar em círculos se podemos caminhar diametralmente?
Fabio Morgado
|