Avaliem... mas o quê?

Olá a todos!

Esta é a minha primeira mensagem no grupo, portanto vamos a uma breve apresentação: meu nome é Antonio Brandão, sou designer gráfico com formação pela FAU-USP (ainda em curso), e possuo uma empresa de design junto com outros dois sócios (também da FAU-USP). Somos uma empresa jovem e trabalhamos principalmente (por condições de mercado) com identidade corporativa e impressos, porém também possuimos trabalhos em diversas outras manifestações, como design digital, ambiental, promocional, entre outros.

Bem, o motivo da minha mensagem são os e-mails do tipo "Avaliem...", que pelo visto são corriqueiros no grupo. Talvez o assunto já tenha sido discutido em outro momento, por ser uma questão que acaba nos levando à uma pergunta de fundamental importância na nossa profissão: a final de contas, o que vendemos? Quando um cliente nos pede uma nova marca para sua empresa, ele está nos pedindo uma resposta a um problema, e é exatamente esta a nossa função: dar esta resposta.

Uma postura possível para dar esta resposta, é ter como partido fazer uma marca com o nome da empresa, atrelado a um símbolo, ou não, que resulte em um conjunto harmônico, equilibrado, belo e graficamente diferenciado. Se nós analizarmos esta postura, levado-se em conta apenas estes aspectos, iremos perceber que o resultado, provavelmente, poderia ser perfeitamente empregado a várias outras empresas de diferentes áreas e nichos de mercado, sem maiores problemas, mudando-se apenas a assinatura. O referido problema, então, não foi resolvido, pois os "problemas" das empresas sempres são diferentes.

Para responder o problema, então, é necessário saber exatamente qual é este. E a única maneira de saber, é perguntando. Ou seja, é necessário um briefing, que é, basicamente, fazer perguntas. E estas perguntas devem ser elaboradas por nós, designers. Este é, sem dúvida, um dos nossos maiores desafios: saber o que perguntar, pois em muitos casos (muitos, mesmo) o cliente não sabe nos passar exatamente qual é o seu problema.

Além de fazer as perguntas, é também fundamental observar. Quando se vai até o cliente para definir o briefing de trabalho, é importante estar atento, usar sua sensibilidade e seu olhar como elemento para entender o cliente, e conseqüentemente, saber como responder ao seu problema. A tarefa de definir um briefing bem feito é difícil, e só se consegue com a experiência. A solução é simplesmente: tentar e aprender com os erros (auto-crítica é fundamental).

Concluímos então que, para resolver o problema do cliente, é necessário um briefing, muito bem elaborado, para se entender o máximo possível qual é este problema. Uma marca bela, equilibrada e harmônica é somente uma obrigação de todos nós, as preocupações que vêm além disto é que criam condições para se projetar uma marca realmente adequada e eficiente.

Eu usei o exemplo de elaboração de marcas, mas é claro que todas estas considerações são válidas para qualquer projeto na área de design. Desta maneira, assim como não é possível elaborar um projeto adequado sem um briefing, é impossível se fazer uma avaliação relevante de um produto de design, se não se souber para quem é e qual o objetivo deste, ou seja, não se ter acesso ao briefing (mesmo que resumido) do projeto.

Portanto, enviem um briefing resumido quando requisitarem a avaliação de um trabalho!

Abraços a todos!
Antonio