Bate-papo com representantes da ADG: resumo descritivo
Convidados especiais:
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Maria Angela dos Anjos / gerente executiva
Marco Aurélio Kato (Rex Design) / coordenador
do site
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Encontro virtual: 26/outubro/2003
[19:59] Início do chat
Começamos dando às boas-vindas para a Maria
Angela e para o Marco Kato e depois nos apresentamos.
Regulamentação
da profissão
Questionada sobre seu posicionamento em relação
ao tema, em nome da ADG, Angela respondeu que hoje existe
uma comissão especial tratando do assunto, que na verdade
passa a avaliar a auto-regulamentação. Citou
que participaram do 1º fórum de auto-regulamentação
no Senac e que logo teremos os primeiros frutos.
Questionada sobre o que seria a auto-regulamentação
e porque fazer uso desta, Angela explicou que o Projeto de
Lei de Regulamentação da Profissão foi
retirado de pauta novamente do Congresso e que a auto-regulamentação
seria um projeto feito pelos próprios designers da
área, embasado na prática profissional. Uma
vez formatado, se torna código da profissão,
como acontece com os publicitários. Posteriormente,
pode ser apresentado como um projeto de lei e aprovado pelo
Congresso.
Disse também que a comissão que toca o assunto,
atua apenas entre os profissionais de design com o suporte
de advogados especialistas. Quem quiser participar deve ser
associado e inscrever-se na Comissão de Regulamentação
na ADG.
Como se associar à ADG ou apoiar sem ser associado
A ADG é uma associação de profissionais
de design gráfico. Para se associar a ela é
necessária a comprovação de atuação
profissional de no mínimo 5 anos para cá, independente
de formação superior.
Quem avalia os trabalhos apresentados são os diretores
da ADG, que não contempla gosto pessoal. É observada
a autoria, real implementação do projeto (exercícios
não valem), além da aplicação
de preceitos básicos de design gráfico que são
vistos nas faculdades da área.
Angela esclareceu que existe a categoria "designers
juniores" para os recém-formados, que tem anuidade
intermediária por volta de R$ 216,00 e que sua inclusão
depende apenas da apresentação do diploma de
conclusão.
Questionada sobre os benefícios gerados em troca
desta anuidade Angela explicou que a ADG propicia aos associados
a Revista, um site atualizado, biblioteca, descontos em publicações
e eventos, algumas publicações cooperadas que
são gratuitas e participação como profissional
nas bienais de design gráfico.
Ainda lembrou das comissões de trabalho, ética
e assessoria jurídica que trabalham pela promoção,
reconhecimento e ética de nossa profissão. (Exemplo:
comissão de eventos, comissão de regulamentação,
paisagem urbana, além de termos uma vinculação
importante ao Icograda International Council of Graphic
Design Associations. Hoje a ADG tem seus eventos de 2004 inseridos
na agenda de comemorações dos 450 anos de SP
etc).
Guilherme Sebastiany, não associado da ADG, bem colocou
que não adianta assumir uma postura passiva em relação
a associação mas é importante abordar
o problema principal. A ADG necessita de mais associados para
poder baratear a anuidade, e não é possível
expandir sem a colaboração e formação
de "filiais". O importante é evidenciar que
todos podem colaborar com a ADG em certos níveis,
mesmo sem serem associados.
Angela informa também que para colaborar com a ADG,
mesmo sem ser associado, deve-se entrar em contato através
do site, por e-mail (gerencia1@adg.org.br),
telefone (11 3082-9688) ou mesmo vindo pessoalmente à
sede.
Acesso às bienais e outros
eventos
Houve sugestões e queixas sobre como fazer para que
os eventos, hoje mais presentes no eixo Rio-São Paulo,
possam se tornar itinerantes, multiplicando os efeitos promovidos
pela associação em todo o Brasil e como fazer
para que os recém-formados tenham espaço dentro
das bienais, projetando mais seu futuro no meio e fazendo
com que seus talentos sejam melhor aproveitados.
Marina Chaccur lembrou a todos que criticam e sugerem que
os eventos saiam do eixo Rio-São Paulo, que é
necessário contar com colaboração pessoal,
infra-estrutura e verba, alem de outros detalhes. É
também de responsabilidade dos designers de outras
praças a realização de eventos nestes
locais.
Angela explicou que a ADG propõe aos grupos de interesse
locais que se mobilizem e em conjunto possamos levar os eventos
para outras cidades. Se a equipe local alavanca patrocínios,
apoios, entre outras coisas, a ADG pode colaborar enviando
material, profissionais, exposições, workshops
etc. Como exemplo, cita Airton Francisco (Campinas) que leva
as bienais para lá e que, em Recife, organiza mesas,
debates etc.
Alexo coloca à disposição a lista [dG]
como espaço de divulgação de chamadas
de pessoal para colaborar para a realização
de mais eventos.
Revista ADG pública?
Foi colocado por vários colegas que uma saída
para o abismo de conteúdo nas publicações
de design encontradas nas bancas de nosso país e aumento
de entrada de recursos para a associação, seria
a venda da Revista ADG para o público em geral.
Site ADG
Foi questionado se existe um projeto em vista para tornar
o site mais ágil e funcional e Angela respondeu que
está aberta a sugestões, mas que por hora não
existe nenhum projeto formal para revisão do site.
Foi dito que talvez falte promoção maior,
divulgação do conteúdo acessível
do site em outras mídias. O que sentimos falta é
de uma "didática" para captar colaboradores,
um passo-a-passo para tornar o espaço mais atraente,
apresentar quem são as pessoas-chave e em quais cidades,
abrir mais canais de diálogo etc. Outra sugestão
foi a criação de uma comissão para administrar
o site no sentido conceitual.
Como adquirir publicações
ADG
Além do site, que constantemente divulga as promoções,
as publicações podem ser encontradas também
na Editora Rio Books, que sempre procura estar presente nos
eventos de design realizados pelo país.
Relacionamento de faculdades com
a ADG
A ADG mantém contatos na maioria das escolas, principalmente
em São Paulo. Fazemos em média de quatro a seis
apresentações da ADG e do trabalho que procuramos
desenvolver para o mercado. Colaboramos com as escolas municiando
com conteúdo profissional, workshops, profissionais
para bancas de avaliação, congressos, seminários,
palestras etc. Existem as comissões de ensino e de
estudantes. Marina Chaccur, coordenadora da comissão
de estudantes explica que está se buscando mapear todas
as faculdades de design do país.
Explorar a divulgação
externa da ADG
Foi abordado por diversos colegas que muito se fala contra,
mas pouco se conhece sobre o que de fato a ADG faz por seus
associados e pela comunidade em geral. Falta divulgação
externa, mais "marketing pessoal". Exposições
muito bem organizadas como a do Tide Hellmeister, atualmente
na Galeria ADG, passam em branco para o público em
geral.
Angela colocou que a ADG não trabalha em função
de um único associado e sim em prol da comunidade.
Desta forma, o valor percebido é mais diluído,
porém de longo alcance. Exemplo disso é através
da comissão dos 450 anos de SP, levando a prefeitura
todos os ideais profissionais. A ADG acabou de publicar um
livro "Design Caso a Caso como o Designer faz
design" que foi distribuído para empresários
da Fiesp.
A ADG não tem assessoria de imprensa no momento. Apesar
de ser interessante, falta verba. Mesmo assim, para os grandes
eventos sempre contamos com assessorias específicas.
Foi sugerido para que se experimente alimentar os cadernos
de cultura dos jornais e revistas para disponibilizar mais
artigos sobre design. Em contra-partida foi sugerido que os
escritórios de design divulguem mais seus trabalhos
na mídia (exemplo: Meglio com os projetos da Bella
Paulista e Pé de Café). Outra fonte de divulgação
seria a parceria com grandes sites, que estão sendo
negociadas no momento ainda em caráter confidencial.
Atuação fora
do eixo Rio-São Paulo
Comissões regionais podem e devem ser formadas sim,
basta arregaçar as mangas! A ADG não têm
filiais. O Rio é uma coordenadoria para seus mais de
160 sócios ativos. Em outras cidades temos grupos de
sócios atuantes. O importante é entrar em contato
com a Angela na ADG para viabilizar tais núcleos.
Também estamos efetuando alinhamento com as diversas
associações de design existentes em todo país.
Essa coligação é formada por entidades
que tenham os mesmos princípios de atuação.
O objetivo é ter uma atuação nacional
mais forte.
A profissão hoje e interferência
por leigos
Hoje a profissão está em mudança: o
design gráfico está se difundindo como nunca.
Isso muda a percepção do mercado e aumenta bastante
a concorrência. A profissão vem melhorando no
sentido de que o conhecimento não seja uma exclusividade
de poucos. Porém, o que vemos é que é
preciso qualificar melhor esse conhecimento.
É importante que os novos designers percebam que sua
criatividade e seus projetos dependem de um vasto repertório
visual, que é adquirido num espaço e tempo muito
maior que o conhecido na faculdade ou no que vemos nos anuários.
Esse é o passo que precisa ser dado para suplantarmos
o que foi iniciado por outros designers mais experientes.
Citamos o exemplo da entrevista dada no programa do Jô
pelo publicitário "DPZ" que causou repulsa
em toda a categoria e qual a posição da ADG
em relação a profissionais de outras áreas
atuando no lugar dos designer. Angela diz que a ADG sempre
tenta deixar claro, inclusive para os publicitários,
que design se faz com designers, mesmo que ele esteja trabalhando
dentro de uma agência de publicidade. Não deveria
existir uma disputa de atuação e sim um reconhecimento.
Em fevereiro, a ADG enviou uma carta-protesto para o Programa
do Jô sobre as opiniões de um certo publicitário
em seu programa. Até agora não houve retorno,
muito menos direito de resposta. Mandamos carta registrada
e a cada 15 dias ligamos para a produção do
programa, ainda sim, nenhum retorno deles. Nesse caso, a assessoria
de imprensa seria um grande instrumento de ação.
O grupo sugeriu, ainda, uma entrevista com Alexandre Wollner
em contra-partida ao ocorrido.
Design de produto e embalagem
Marco Kato/Rex Design (kato@rexnet.com.br)
foi questionado sobre a valorização do design
de embalagens perante os clientes hoje em dia. Ele opina que
o reconhecimento é imenso: "Super legal! Há
casos em que o que criamos para a marca do produto ou sua
embalagem serve de diretriz para a campanha publicitária.
Existe muita especificidade e reconhecimento no trabalho de
embalagem, mas minha forma de trabalhar é buscar a
contribuição de outros projetos que desenvolvo
para diferentes clientes. A questão não é
trabalhar com produto e sim com varejo... o consumidor é
muito estranho às vezes."
Conclusões
O primeiro ponto que devemos tirar deste encontro virtual
é que, além dos associados, os não associados
também desejam e podem colaborar com a ADG e
isso não pode ser desperdiçado, pois é
o passo inicial em um marketing de relacionamento que pode
virar a imagem da ADG.
[22:12] Final do chat
Página
2: Texto integral do bate-papo
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