O ponto de partida para um projeto gráfico
é ter a concepção da mensagem que queremos
emitir; a mensagem deve estar totalmente clara em nossa mente. |
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Certamente você já ouviu falar que, na vida,
tudo é uma questão de escolha. Pois bem, realmente
é. Porém, saber qual é a melhor escolha
para cada ocasião não é nada fácil.
Neste artigo, vou tentar demonstrar como fazer a melhor possível,
visando construir um roteiro orientado para criar peças
gráficas consistentes.
Para compor uma peça gráfica que chame a atenção,
que desperte interesse e leve o receptor a uma ação
positiva em relação à mensagem proposta,
é preciso que haja perfeita harmonia entre todos os
elementos que compõem o design da arte. Qualquer elemento
simbólico não condizente com a mensagem pode
desviar o receptor do objetivo da comunicação,
pondo em risco todo o trabalho.
O ponto de partida para um projeto gráfico é
ter a concepção da mensagem que queremos emitir.
Tal visão deve ir ao encontro do objetivo da comunicação,
ou seja, a mensagem deve estar totalmente clara em nossa mente,
pois só assim poderemos seguir os passos na ordem correta.
O primeiro passo é criar o texto comunicativo, o
qual deve ser adequado ao objetivo da comunicação.
Convém utilizar palavras de um mesmo campo semântico,
isto é, que tenham ligação próxima
com o tema da peça. Há várias técnicas
de redação, por isso, é importante ler
muito sobre diversos assuntos, além de realizar uma
leitura específica de auxílio, como a obra Redação
publicitária – a prática na prática,
de Zeca Martins. Não se pode esquecer, é claro,
da tipografia, pois não basta ter um ótimo texto,
a fonte usada deve ser coerente com a mensagem.
O segundo passo refere-se à cor a ser usada. Refletir
sobre o objetivo da comunicação pode deixar
as coisas mais fáceis aqui. Por exemplo: se o objetivo
for comunicar a chegada de algum novo produto no mercado,
relacionado à tecnologia, uma opção certamente
seria um tom de azul; caso se trate de um anúncio de
pizzaria, a cor vermelha seria indispensável.
Pense na cor como sendo um elemento de grande importância
e, por isso, deve ser coerente com o objetivo do job.
Há diversos estudos sobre cores. Essas pesquisas vão
desde como a luz influencia na composição da
cor, quando em contato com pigmentos, o que nos remete à
física; passando pelo significado das cores –
como as pessoas reagem quando expostas a determinadas tonalidades,
o que nos é mostrado pela psicologia – e ainda
se ramificam em uma infinidade de estudos.
É importante que o designer conheça muito
bem as cores. Para um aprofundamento maior sobre o tema, consulte
o livro de Israel Pedrosa, Da cor à cor inexistente.
O terceiro passo é: tendo o texto comunicativo e
a cor (ou cores) adequadas, o designer deve pensar em símbolos
para representar, com precisão, a mensagem. Cada símbolo
inserido na peça deve ser cuidadosamente analisado,
assim como também as palavras que compõem toda
a parte textual da peça. É aconselhado evitar
elementos simbólicos que levem o receptor da mensagem
a uma interpretação ambígua, pois isso
criaria um ruído grave, um desvio do objetivo da comunicação.
Conhecer semiologia é outra ferramenta indispensável
para o designer. Um ótimo livro que trata do assunto
é Sinais e símbolos – desenho,
projeto e significado, de Adrian Frutiger.
Para finalizar o trabalho com arte em grande estilo, deixo
uma importante dica: se possível, espere alguns dias
para publicar a peça, pois, com ela já mentalizada
pode-se melhorá-la muito, tanto o texto quanto a arte
em geral. É possível que algo visualizado nos
remeta à idéia referencial da peça, ou
ainda em sonho. O importante é ficarmos atentos e não
deixarmos passar nada que possa ser acrescentado ao trabalho.
Tenha em mente, principalmente, o objetivo da comunicação.
Assim, certamente você perceberá novos símbolos
no seu dia-a-dia.
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Marcos Roberto
Batista (1982), blumenauense, publicitário
e trabalha com editoração de livros
e revistas científicas na Edifurb –
Editora da Universidade Regional de Blumenau,
Santa Catarina. Tem, como maior objetivo a disseminação
do conhecimento acadêmico. |
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