O que é [e o que nunca foi] design gráfico

Como que zerando todas as concepções a priori, André Villas-Boas constói uma teoria de design que, levada a extremos, põe por terra algumas das crenças mais sólidas que vêm acompanhando o desenvolvimento do design gráfico no Brasil. Radiografa o design em seus aspectos formais, funcionais, metodológicos, simbólicos e espistemológicos, apoiado numa sólida e ampla visão interdisciplinar, própria dos estudos culturais – controvertida área à qual enunciadamente se filia. E, desta ampla visão de base, chega paradoxalmete a uma concepção de design tão restrita quanto necessária – uma visão propositadamente estrita e restritiva.

Num momento em que a pesquisa acadêmica na área toma pulso no país e as novas tecnologias trazem com seus avanços também a ameaça da banalização da atividade do designer, a especificidade e o detalhismo da teoria do autor são mais do que oportunos: é hora de o pesquisador acordar para as reais singularidades de seus objeto de estudo; é hora de o profissional ter plena consciência de sua atividade e marcar seu espaço. O que é [e o que nunca foi] design gráfico é uma inegável e fascinante contribuição para todos aqueles interessados em design e que o concebem como campo investigativo para a compreensão da cultura contemporânea.